Outra solução para o barateamento dos
transportes no Brasil é a adoção do sistema intermodal, isto é, a articulação
entre rodovias, ferrovias e hidrovias. Essa integração foi implementada no
corredor de exportação de soja que interliga a região sul do Mato Grosso ao
porto de Itaqui e ao terminal Ponta da Madeira, no Maranhão. Trata-se de uma
opção bem menos onerosa, uma alternativa racional ao transporte rodoviário da
soja até o porto de Paranaguá, por exemplo.
A intensificação dos fluxos de transporte foi acelerada pelo
processo de internacionalização da economia chamado de globalização. Cada vez
mais, o capital internacional está se apropriando das estruturas básicas
montadas pelo Estado. Este, por sua vez, extremamente endividado e com grandes
problemas sociais a resolver (saneamento básico, saúde, educação, trabalho,
previdência etc.), opta pela privatização de portos, aeroportos, ferrovias,
usinas hidrelétricas e sistemas de telecomunicações, além da flexibilização do
monopólio da Petrobrás. Os bilhões de dólares conseguidos dessa forma são
usados para aliviar as dívidas interna e externa. Porém, a médio prazo,
espera-se que a redução da dívida propicie investimentos na área social.
De qualquer forma, essa atitude estimula o crescimento do poder dos
oligopólios, isto é, de empresas que detêm o controle da maior parte do
mercado, dividindo-o com um pequeno número de concorrentes.
Os oligopólios ameaçam até os corredores de exportação, que articulam os
diversos sistemas de transporte (rodovias, ferrovias e hidrovias) para
direcionar a produção para o mercado externo. São terminais importantes desses
corredores os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e
Vitória-Tubarão (ES). Criados nas décadas de 1970 e 1980, esses corredores
expandiram-se nas décadas posteriores e passaram a ser muito cobiçados por
grandes empresas nacionais e transnacionais. Esse interesse fez com que também
entrassem na pauta da política de privatizações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário